ZODÍACO
A trama é quase tão inteligente quanto exaustiva. Informa muito e entretém menos do que se pode esperar numa obra de David Fincher (Clube da Luta, Seven, Vidas em Jogo). O assassino autodenominado Zodíaco queria ser descoberto. Mandou várias mensagens criptografadas para os veículos de comunicação e para a polícia, deu pistas de sua identidade e de seus próximos crimes, aproveitou todas as oportunidades que teve para enganar as autoridades. Conseguiu. Sua identidade jamais foi descoberta.
Para contar sua história, o roteiro baseia-se em relatos policiais e no livro Zodiac, de Robert Graysmith. O mesmo Robert, interpretado com muita competência por Jake Gyllenhaal, é o cartunista do jornal San Francisco Chronicle que envereda por uma busca obsessiva seguindo pistas que levem ao criminoso. Busca essa que se torna o foco da segunda metade do filme. O elenco manda muito bem, destaque para Mark Ruffalo, na pele do detetive viciado em cookies. Mas quem sobressai numa interpretação indelével é Robert Downey Jr., como um jornalista cínico que só quer se autopromover.
Para quem curte os detalhes, a abertura de Zodíaco é a mais singela de todos os filmes de Fincher. Trilha sonora, idem. Faltou emoção e sobrou descrição.
Um comentário:
Expectativa demais por um filme de menos. "Zodíaco" tem vários méritos dentre eles um diretor aclamado ("Seven" e "Clube da Luta"), bons atores e um roteiro bem escrito de uma história que (quase) todo mundo sabe o fim. Mas peca na trilha sonora, na escolha de Mark Ruffalo (que eu até acho bom ator, mas nesse filme ele está péssimo e não consegue convencer ninguém com a voz de velhinho com pneumonia) e da verborragia toda que é o filme. De qualquer forma, é um filme simpático, com bons momentos de suspense e a ótima tirada do Dirty Harry.
Postar um comentário