MARIA ANTONIETA




A rainha usa All Star. Dança New Order, Bow Wow Wow,
Strokes, é vaidosa, entediada e não consegue fazer sexo. Parece a descrição de alguma adolescente de hoje. Sofia Coppola aprendeu bem as lições de fotografia com o pai, Francis Ford, mas quis fazer um caminho diferente no cinema, fugiu e continua fugindo de escolhas óbvias e comerciais. Nesta terceira experiência em longa-metragem, preocupou-se em demasia com a reconstituição de época e negligenciou fatos históricos acerca da personagem que, nesta nada singela opinião, deixariam seu filme bem mais interessante ou menos entediante. Sua versão pop da rainha acabou ficando careta e contida demais. A interpretação de Kirsten Dunst está linear e rasa. Lamentável. A trilha sonora bacana ajuda a encarar as duas horas de projeção, mistura música lírica com hits dos anos oitenta. Apesar de tudo, o roteiro encontra soluções criativas para alguns assuntos-chave (como a perda do terceiro filho e a vaidade da menina) e o figurino é convincente. A julgar pelo ritmo do filme, o final é um coito desagradável interrompido. Ainda não sei se pelo alívio de ter acabado ou pela falta de cabeças rolando.

5 comentários:

Unknown disse...

Sofia Coppola é boa! Gosto da direção dela. Meio cotidiana, meio pop, e a trilha sonora achei bem interessante! O figurino achei excelente, e a protagonista convence, mas o final realmente é fraquinho... Mesmo assim, achei o saldo positivo. Ponto pra Sofia!

Terapia na Cozinha disse...

Fabio Ferriche,
Genial como sempre!
bjus

Mike disse...

Adorei o blog e adorei Maria Antonieta !

Voltarei sempre !

abraços

Manuzinha disse...

Na minha modesta e insignificante opinião, nunca achei Sofia Coppola, lá essas coisas...fui ver o filme com 10 pés atrás, ainda mais que essa coisa rebuscada, esteticamente ostensiva, arrogante e banal da corte francesa, meio que me entedia.
Mas parece que num passe de mágica, com muita habilidade e sutilmente , Sofia consegue tornar tua versão da grande rainha amistosa e divertida, Kirsten está ótima no papel e não decepciona, sua delicadeza e seu sorriso dão um tom onírico para a história!!!A trilha sonora foi incrivelmente bem escolhida. Gostei!

Anônimo disse...

pra mim é um filme pop, lúdico e rococó que traduz, como mesmo depois de séculos a sociedade sustenta certos vícios como o sexismo, a devoção por celebridades forjadas. Antes eram os ilustres membros da monarquia, hoje são as personalidades fabricadas da mídia de entretenimento.

Não poderia ser mais atual e conectado ao nosso tempo. Com uma trilha que constrói um espírito de época! De Gang of Four a Air, não a um instante de deslize. Maria Antonieta é Roots.