O CÉU DE SUELY


Os silêncios da personagem enriqueceram demais a trama. Imagino que quase todo mundo se identifica com a protagonista quando ela diz, no guichê da rodoviária "Qual a passagem pro lugar mais longe que vocês têm?". Quem já não quis ir embora na ilusão de deixar para trás os tormentos da vida? Filme bastante sensível e sutil, quase antagônico ao longa de estréia do diretor, Madame Satã. Espero que Karin Ainouz volte sempre às telas, com mais olhares carregados de emoção, mais personagens reais, com outros filmes autorais e nada comerciais. De abobrinhas com pipoca já estamos fartos. Que venham outros céus de suely pra provar que brasileiro sabe fazer filmes de qualidade e, sobretudo, sem ofender a inteligência do espectador.

Um comentário:

Unknown disse...

Excelente filme, assim como o comentário, tão sutil e perspicaz. Aqui em Recife, depois de longa temporada no cinema da Fundação (circuito alternativo ou de arte, como queiram chamar), Suely encantou a todos e ficou chic. Ela foi para o Shopping (ou circuito comercial, multiplex), com o seu céu cheio de ternura e esperança.