CHICO XAVIER
Registro biográfico do personagem brasileiro mais conhecido entre os Kardecistas. Apesar de ser uma produção da Globo (e contar com parte de seu elenco novelístico), o filme conseguiu superar a canastrice de alguns atores devido à direção precisa e o roteiro que consegue ser quase documental sem perder de vista a emoção.
A construção do roteiro conduz com ritmo e interesse crescente a vida do médium em três principais períodos: a infância - com a interpretação surpreendente do ator mirim Matheus Costa - a juventude e a vida adulta. A entrevista histórica para o programa de TV Pinga Fogo, que aconteceu na década de 70, é o fio condutor para as inserções numa trama muito interessante, que traz respostas coerentes para o ceticismo que facilmente se levanta ao discutir os fenômenos da doutrina Espírita.
O filme é baseado no livro As Vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior. Os mais céticos haverão de ficar pelo menos intrigados com a história de um homem que não chegou a concluir o ensino médio, escreveu mais de quatrocentos livros, poderia ter vivido muito bem de direitos autorais e abriu mão de dessa possibilidade para doar toda a renda advinda dos livros para obras de caridade. Chico Xavier dizia que era apenas o instrumento usado para escrever tais obras, por isso não tinha direito de lucrar com elas. O médium criou um filho adotivo e manteve-se até o fim da vida com a módica aposentadoria que recebia. O desfecho do filme deixa um pouco a desejar, mas tudo que se vê até lá vale cada minuto e centavo gastos para assisti-lo.
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